Após concluir meu trabalho voluntário ao lado de Venâncio Mondlane, sinto que é o momento de traçar algumas "linhas vermelhas".
No dia 20 de maio de 2024, após acompanhar de perto as batalhas políticas e jurídicas do Engenheiro Venâncio Mondlane, que resultaram na sua candidatura presidencial independente, declarei publicamente meu "apoio incondicional" a ele. Desde então, participei ativamente na elaboração de seu manifesto, motivado pela crença em uma política apartidária e cidadã, e agradeço a Mondlane pela oportunidade de colaborar.
Contudo, desde essa data até hoje, 13 de setembro, a realidade mudou. A plataforma que apoiava Mondlane foi barrada pela Comissão Nacional de Eleições e pelo Conselho Constitucional. Em resposta, ele firmou aliança com o partido PODEMOS. Essa nova realidade exige uma reavaliação do meu apoio, que não pode mais ser incondicional.
A primeira linha vermelha foi cruzada quando um membro do PODEMOS fez declarações retrógradas sobre o papel da mulher, incompatíveis com os valores que defendo. Além disso, o PODEMOS inclui em seu manifesto a proposta de introduzir a pena de morte para crimes de corrupção, algo a que me oponho firmemente, tanto por princípios como pela experiência histórica de Moçambique.
Essa mudança de direção na campanha de Mondlane, ao se aliar a um partido com tais propostas, impede que eu continue a apoiar sua candidatura de forma incondicional. As minhas "linhas vermelhas" aplicam-se, agora, a todos os candidatos, e me reservo o direito de formar um julgamento independente antes de decidir meu voto.
Dessa forma, não há mais apoios incondicionais ou "cheques em branco".